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Curiosidades

Um breve resumo sobre a história dos diamantes

Por 28 de maio de 2021Não há comentários

Conhecer a história dos diamantes não é apenas um belo passo para fazer um pedido de casamento com um anel de noivado especial, mas também vai te dar bagagem para desenvolver interessantes conversas com amigos e familiares.

O amor pelos diamantes começa na Índia. Historiadores acreditam que antes do século IV a.C., os indianos já comercializavam diamantes dentro do país. Na sequência, começaram a comercializar os diamantes diretamente com europeus, nos famosos mercados medievais de Veneza. Por volta de 1400, a elite europeia já estava viciada em suas joias com esta pedra preciosa, principalmente anéis de diamante.

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Por volta de 1700, a Índia teve seu declínio no mercado de diamantes e deu oportunidade para o Brasil. Durante 150 anos o Brasil foi o maior fornecedor de diamantes do mundo. No final dos anos 1700, o alvoroço político na Europa causado pela Revolução Francesa deu a oportunidade de novos consumidores terem acesso aos diamantes, não apenas a elite.

Ao longo da história, joias com pedras preciosas e metais preciosos sempre foram passados de geração em geração. Muitas vezes, são derretidas para confeccionar joias mais modernas. No entanto, com a ascensão da classe média e as mudanças na era industrial, não era mais necessário destruir as joias para criar outras.

Em 1800, a demanda por artigos de luxo aumenta nos Estados Unidos e na Europa e o diamante se torna um dos artigos mais cobiçado da época ao lado de metais preciosos. O aumento da demanda caminha alinhado ao aumento da produção de diamantes.

Nessa mesma época, começa a exploração dos diamantes no sul da África. A autenticação do diamante “Eureka” em 1866 foi o ponto de partida da corrida pelos diamantes na região. Na verdade, Eureka não foi o primeiro diamante encontrado, pois há indícios de que antes de 1854 já haviam sido encontradas outras pedras, mas foi graças a ele e ao “Star of South Africa” que a região sul africana ganhou a atenção necessária para dar início à exploração de diamantes.

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Star of South Africa, cortesia do De Beers Group via GIA

No início, a corrida pela exploração de diamantes no Sul da África atraiu pessoas de muitas partes do mundo que queriam se tornar ricas. Por volta de 10.000 pessoas se aglomeraram próximas à região do rio Vaal com pás e picaretas em busca de diamantes, nas regiões onde haviam sido encontrados alguns exemplares.

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Poésie

Com o avanço das descobertas de diamantes em regiões mais afastada do rio, começou a fase de escavações secas, que exigiu que a indústria de diamantes aprimorasse seu maquinário para atingir localidades mais profundas com eficiência e redução de custos.

Nas áreas mais próximas da superfície, era mais fácil garimpar, mas a partir do momento que a área ficava mais profunda, os mineradores encontravam dificuldade e perigo. Muitos abandonaram a região e se mudaram para regiões próximas em busca de novas oportunidades, inclusive para minerar ouro. Nesta época, grupos de mineradores se aliavam a pequenas empresas para reivindicar as áreas abandonadas para poder investir em conjunto em uma exploração mais profunda e com um melhor equipamento. A cidade de Kimberly, no Sul da África, por exemplo, começou com 3600 reinvindicações de área em 1878 e passou para 50 em 1882.

O aumento da oferta de diamantes nesta época desestabilizou o preço no mercado. Isso se mostrou um grande desafio para a indústria da lapidação em Amsterdam e na Antuérpia, que recebia os diamantes brutos e tinha a função de lapidá-los e poli-los. Para se diferenciar no mercado, a finalização dos diamantes também avançou. Os lapidários objetivavam enaltecer mais ainda as melhores partes das pedras através de técnicas de corte e polimento.

Entre as milhares de pessoas atraídas pelos diamantes na região de Kimberley, estão Cecil John Rhodes, que começou a empreender vendendo água para os mineradores aos 17 anos de idade. Ele foi para a região em busca de oportunidades, ao lado de seus irmãos mais velhos. Por 8 anos ele dividiu seus negócios no Sul da África com seus estudos na universidade de Oxford na Inglaterra. Sua influência política na região ajudou no desenvolvimento, mas também propiciou oportunidades únicas para o desenvolvimento do mercado de diamantes no mundo.

Na época, Barney Benato, outro empreendedor, competia com Rhodes pelas áreas deixadas pelos mineradores autônomos de Kimberley. Ambos acreditavam que era necessário criar um mercado para controlar os diamantes de acordo com a oferta e a demanda, estabilizando o preço dos diamantes, que na época estava em queda diante de tanta oferta no mercado. Após uma série de negociações e tentativas de comprar as regiões de Bernato, Rhodes deu um cheque de 5 milhões de libras (equivalente a 25 milhões de dólares na época) para ele e conseguiu adquirir 100% da região. Com isso, em 1888, ele fundou a mineradora De Beers, atualmente, uma das maiores mineradoras do mundo. Bernato esteve no conselho da empresa até sua morte, onde defendia seus interesses.

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GIA

Nos anos 30, a De Beers fundou a CSO (Central Selling Organization) para ser o braço de vendas de diamantes brutos da empresa. A CSO sobreviveu até 2001 com o objetivo de controlar o mercado de diamantes, impondo quotas para vendas, restringindo sua lista de compradores para os mais capacitados, com maior reputação e crédito no mercado. As negociações estavam restritas a10 eventos de vendas de diamantes por ano. Só participavam destas compras clientes convidados.

A De Beers foi responsável pela estratégia de marketing brilhante para o mercado de diamantes, inserindo joias e cobiçados anéis de diamante em celebridades, cenas de filmes, propagandas e divulgando o seu slogan: “A Diamond is forever”, que significa, um diamante é para sempre. A empresa foi responsável por difundir internacionalmente, através de suas campanhas de divulgação, a tradição de fazer o pedido de casamento com um anel de diamante solitário.

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Poésie

A descoberta de minas de diamante na Rússia, na Austrália e no Canadá marcou o início de uma nova era na história dos diamantes. Esses países ganharam espaço para negociar individualmente no mercado mundial, o que descentralizou o poder da De Beers e da CSO. No início, a De Beers tentou fazer parcerias com estes países, mas diante de um mercado com multi canais era difícil continuar investindo em uma ideia de mercado unificado. A De Beers passou por transformações estruturais em todas as áreas da empresa para se adaptar aos desafios deste novo mercado. Sua frente de mineração agora se chama DTC, Diamond Trading Company, e sua frente varejista permanece como De Beers.

Com o passar do tempo, a política e a economia começaram a interferir na velha forma de negociar diamantes. Assim, muitos governos cobraram atitude das mineradoras a fim de beneficiar os próprios países. São os casos dos diamantes encontrados no Canadá e em alguns países africanos, como a África do Sul, a Namíbia e Botsuana, onde eles têm prioridade para ser lapidados e polidos antes de serem exportados, gerando, dessa maneira, riqueza e empregos para a economia local.

Se por um lado a história dos diamantes é marcada por muito sacrifício e exploração, por outro, ela é um marco importante, principalmente por todas as descobertas científicas e pelo desenvolvimento tecnológico envolvidos. Atualmente, a tecnologia permite que o diamante seja explorado tanto em áreas desérticas da África quanto em áreas glaciais da Rússia e do Canadá, gerando oportunidades únicas para estas regiões. Os diamantes também podem ser minerados em rios, mares e em depósitos secundários.

A história dos diamantes é longa, complexa e cheia de detalhes, mas com este breve resumo é possível ter ideia de como esta pedra preciosa é especial e única.

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