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Anéis de Noivado

Uma estranha história sobre os anéis de noivado

Por 16 de abril de 2012outubro 16th, 2017Não há comentários

O significado de um anel de noivado de diamante mudou muito neste último século. O que hoje é um símbolo de carinho e amor, antigamente, era algo como um seguro fiança. É… Pelo menos nos Estados Unidos, país berço dos anéis de noivado de diamante atuais.

Esse costume social pode ser explicado de diversas maneiras. Talvez seja um grande sucesso do marketing; talvez seja da natureza humana fazer grandes gestos de compromisso. No entanto, pode existir um pouco de explicação econômica por trás disso tudo.

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No início do século XX, nos Estados Unidos, havia uma lei chamada “Breach of Promise to Marry”, ou algo como “Quebra de Promessa de Casamento”. Essa estranha e maluca lei permitia que as mulheres processassem os homens que não cumprissem os votos feitos no noivado. Ela é fruto do pensamento machista da época.

Na época, no mercado do amor, as mulheres virgens eram mais valorizadas e mais disputadas. Assim, se o casal tivesse relações sexuais antes do casamento e o relacionamento terminasse antes do grande dia, a mulher ficava em uma posição social um pouco precária. De uma ótica econômica, ela havia perdido seu prêmio de mercado. Assim, procurando “proteger” as mulheres, nasceu a controversa lei.

No entanto, em meados de 1930, essa lei já tinha se tornado obsoleta em grande parte dos Estados Unidos. Foi exatamente nessa época que os anéis de noivado tiveram sua grande promoção a artigo praticamente obrigatório no processo de casamento. A estudiosa Margaret Brinig acredita que a queda da lei seja uma das grandes responsáveis pelo aumento do uso do anel de noivado a partir de 1930. De fato, o primeiro grande salto na importação de diamantes foi em 1935, 4 anos antes das grandes campanhas de marketing de anéis de noivado serem lançadas.

Uma analogia econômica traz um pouco de sentido a essa história. Nos tempos da lei Breach of Promise to Marry, a mulher, no papel de “credora”, emprestava sua mão, e corria pouco risco de crédito, pois era pouco provável que o “devedor”, o noivo, não cumprisse com sua promessa de casamento.  A lei era a grande garantia da mulher. Por outro lado, quando a lei desapareceu do cenário, alguma coisa teve de substituir a garantia. De repente, as mulheres passaram a exigir um seguro de seus noivos. Esse seguro passou a ser o anel de noivado.

Sim, tudo isso parece muito absurdo hoje em dia. Na verdade, em alguns casos, a situação de alguns é  completamente oposta ao quadro do passado: o homem gostaria de ter alguma certeza de que não perderá sua mulher. E em quantos casos a mulher é segurança social e financeira do homem? Pois é, as coisas mudaram muito. Pelo menos, o anel de noivado moderno, que talvez tenha nascido com propósitos muito esquisitos, hoje, é sinônimo de carinho e amor.

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